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A Arte de ser Avó (Raquel de Queiroz)

Índice desta receita

 

Deixo meu carinho,meu abraço apertado a todas as avós. Como diz o ditado Vó é mãe com açúcar. Esta cronica de Raquel de Queiroz retrata o amor açucarado de uma avó. Não sou Avó mas tenho Vó ,tenho o privilegio de ainda poder  conviver com a minha querida vovó Luíza.

Parabéns a todas as Avós pelo seu dia!

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A ARTE DE SER AVÓ
(Raquel de Queiroz)Netos são como heranças: você os ganha sem merecer.
Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu.
É, como dizem os ingleses, um ato de Deus.
Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.
E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo…

Quarenta anos, quarenta e cinco… Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações – todos dizem isso embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto – mas acredita.

No entanto – no entanto! – nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do garoto. Não importa que ela, hipocritamente, ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de “vovozinha”, e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.

Já a avó, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto.
Mora em outra casa.
Traz presentes.
Faz coisas não programadas.
Leva a passear, “não ralha nunca”.
Deixa lambuzar de pirulitos.
Não tem a menor pretensão pedagógica. É
a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.
Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura.
Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina.
Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer roquetes, tomar café – café! -, mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser – e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com o lápis dizendo que foi sem querer – e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó, e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna…

E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: “Vó!”, seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade…

Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho – involuntariamente! – bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque “ninguém” se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague…

É sempre uma prazer voce aqui prestigiando o Teretete na cozinha.
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4 comentários em “A Arte de ser Avó (Raquel de Queiroz)”

  1. parece que vi minha mãe descrita neste texto.na casa dela os netos sempre pode tudo,e ai de nós se brigarmos com eles lá,ão todo são seis do total de 4 filhas,e desde o que tem 19 anos ão de 2,todos são protegidos.lindo texto Tereza.

  2. Que lindo texto de Raquel de Queiroz Tê, muito bonito e retrata bem como as avós são, ainda não sou avó, mas se Deus quiser ainda serei e serei uma vó babona kkkk. Lindo
    Amiga, obrigada pela força e carinho no meu blog. Beijinhos, ótima semana

  3. Oi, Tereza!
    Amei este texto, super verdadeiro, muito embora eu ainda não seja avó. Querida, experimentei a sua receita do Bolo 5 latas. Ficou maravilhosa! Ataque geral ao bolo! Publiquei no meu blog e fiz menção ao lugar que me deu esta receita maravilhosa! Se tiver um tempinho, passe lá para ver!
    Grande abraço e uma excelente semana para você!
    http://dedeartes-denise.blogspot.com

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